BEBER
OU NÃO BEBER
"Pois
veio João, que não comia nem bebia, e dizem: Tem demônio! Veio o Filho do
Homem, que come e bebe, e dizem: Eis aí um glutão e bebedor de vinho..."
(Mateus 11.18,19).
Para quem não está resolvido quanto a questão do antigo
vício, este comentário de Jesus é um aparente respaldo para acalmar a
consciência que tenta a cada rodada convencer-lhe do perigo eminente. Não
queremos questionar aqui qual a bebida que contém maior ou menor teor de
álcool, ou que tenha alguns benefícios comprovados para a saúde do homem, mas
sim sobre o vício velado que impulsiona os “dependentes sociais” a beberem até
que nos seus olhos transpareçam a sua verdade.
Jesus, comprovadamente, tinha o controle sobre si mesmo e
seus apetites. Ele poderia ser bom de garfo e gostar de vinho, mas sua
biografia é indubitável. Ele sempre esteve plenamente sóbrio e tão lúcido que
seus invejosos inimigos chegaram algumas vezes ao ponto de pegarem pedras para
apedrejá-lo por suas afirmações e respostas sábias e claras em qualquer
controvérsia, ainda em uma mesa festiva, quando o vinho era servido em
abundância.
Interessante que ninguém que seja dado a bebida procura
seguir o exemplo do grande profeta João Batista ou de algum outro nazireu...
"Ditosa,
tu ó terra cujo rei é filho de nobres e cujos príncipes se sentam à mesa a seu
tempo para refazerem as forças e não para a bebedice" (Eclesiastes 10.17).
Feliz realmente o povo que tem um líder sábio, que diz
não a sua liberdade por amor as suas ovelhas, especialmente aquelas que um dia
lutaram com garra contra a desgraça do vício, mas que com um simples aperitivo,
incentivado pela liberalidade do seu guia, poderão voltar ao poço. Lembrando
que muitos líderes um dia também foram viciados e, sendo “carne”, não estão
livres de volverem a lama.
Ouvi o desabafo de uma adolescente contra os líderes da
sua igreja dizendo que, ao beberem, contribuíam para que continuasse vivo o
espírito de alcoolismo em seu pai, que, por conseguinte, perdera toda
autoridade para os seus irmãos, que se envolveram não só com bebida, como
também com drogas. Deixando-lhes também dúvidas quanto a eficácia de uma
conversão genuína, libertadora, que compromete o cristão a andar como Jesus
andou.
"E estes também cambaleiam pelo efeito do vinho, e
não param em pé por causa da bebida fermentada. Os sacerdotes e os profetas
cambaleiam por causa da bebida fermentada e estão desorientados devido ao
vinho; eles não conseguem parar em pé por causa da bebida fermentada,
confundem-se quando tem visões, tropeçam quando devem dar um veredicto."
(Isaías 28.7).
Este quadro entendemos que foi se desenhando à medida que
eles se iam afastando inconsequentemente da santidade e considerando normal,
sem inconveniências, os seus procedimentos. Tragamos a memória o lamento de
Deus através do profeta Jeremias: "O meu povo tem sido ovelhas perdidas;
seus pastores as fizeram errar e as deixaram desviar para os montes; do monte
passaram ao outeiro, esqueceram-se do seu redil. Todos os que as acharam as
devoraram; e os seus adversários diziam: Culpa nenhuma teremos; porque pecaram
contra O Senhor, a morada da justiça, e contra a esperança de seus pais, O
Senhor." (Jeremias 50.6,7).
"Basta
ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo como o seu senhor...” (Mateus
10.25).
“Vem,
façamo-lo beber vinho, deitemo-nos com ele e conservemos a descendência de
nosso pai.” (Gêneses 19.32).
Não conheço outra passagem na Bíblia em que a intenção de
embriagar alguém fosse para honrá-lo, mesmo assim, salvas por uma cultura...
Dificilmente os que um dia se perderam pelas veredas
tortuosas do vício, e se converteram realmente dos seus caminhos, ao Senhor,
dominam sua carne quando "se deixam tentar pelo vinho quando se mostra
vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. Pois
ao cabo morderá como a cobra e picará como o basilisco." (Provérbios
23.31). Uma vez inebriados, estão expostos a situações vexaminosas,
quando não, a cometerem violência ou sofrerem até mesmo a morte.
É com a autoridade de quem durante vinte anos consecutivos
trabalhou com o Ministério Peniel, que lida com recuperação de viciados que
afirmo esta verdade.
“Absalão deu ordem aos seus moços, dizendo:
Tomai sentido; quando o coração de Amnom estiver alegre de vinho, e eu vos
disser: Feri a Amnom, então, o matareis. Não temais, pois não sou eu quem vo-lo
ordena? Sede fortes e valentes." (2 Samuel 13.28).
“A
sensualidade, o vinho e o mosto tiram o entendimento.” (Oséias 4.11).
Por Guiomar Barba
Por Guiomar Barba
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